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João Batista Geógrafo é expulso de casa [O Estado brasileiro]

*URGENTE! Mais uma remoção sumária. Casal de idosos no Recreio é a mais nova vítima do fascismo da Prefeitura do Rio.
Reprodução autorizada e recomendada, por todos os meios possíveis.
Em 16/11/2010, fiz relato e denúncia, onde solicitava apoio na averiguação de diversas irregularidades acerca das obras do Corredor Transoeste, na Av. das Américas, Recreio dos Bandeirantes. Várias casas na área estão próximas aos canteiros de obras e ao local das novas vias, mas não tinhamos recebido, até recentemente, qualquer informação ou notificação da Prefeitura.
A casa humilde, construída ao lado da Avenida das Américas há mais de trinta anos, era minha poupança e esperança de uma aposentadoria tranquila num quintal repleto de árvores, flores, hortas e gramados. O termo de compra e venda do terreno é registrado em cartório e o imóvel era devidamente cadastrado na Secretaria Municipal de Urbanismo. IPTU e todas as demais taxas eram pagas religiosamente. O imóvel consta inclusive da planta oficial da Cidade, na escala 1:2000.
Tudo mudou nos últimos meses, quando o consórcio encarregado da construção do corredor Transoeste, liderado pela empreiteira Odebrecht, começou a instalar seus canteiros de obras e bate-estacas ao lado da casa sem sequer repassar qualquer informação. As próprias assistentes sociais da empresa afirmaram que os técnicos “não sabiam” que haviam casas na área, antes de iniciar as atividades. Cinicamente, as assistentes sociais demonstravam contrariedade com a situação e diziam que “deveriamos” correr atrás dos nossos direitos. Não deu tempo. No último dia 24/11/2010, recebemos uma notificação da 19ª Gerência de Conservação, da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos, ordenando a desocupação sumária do imóvel em, no máximo, 30 dias, que se reduziu a 10 dias. Ou seja, nós idosos deveriamos deixar a casa de mais de trinta anos até a véspera do Natal.

Não vamos “enxugar gelo” com PVC’s!


Ditado popular que serve para a gente refletir na prática pedagógica de cada dia, principalmente dos sábados. Alguém já se perguntou o que é um Pré Vestibular Comunitário? Aparentemente ele pode ser visto como resultado de um grupo de pessoas que querem ajudar outras pessoas e está certo, mas não termina por aí a reflexão! O PVC implica numa reflexão mais profunda que nos remete aos problemas estruturais da nossa sociedade.

Primeiramente, precisamos compreender que os PVC’s espalhados pelo Brasil são resultado de um problema social e são ínfimos frente a este problema. Além do que, os PVC’s são medidas paliativas de estudantes, igrejas, sindicatos, movimentos sociais e outros grupos da sociedade civil. São paliativas porque servem para aliviar a situação atual de exclusão dos filhos dos trabalhadores pobres na universidade que saem da educação pública com dificuldade para ingressar na universidade pública. Ou seja, os PVC’s estão fazendo o papel do Estado (e por que o Estado não faz?).
Historicamente os trabalhadores na sociedade dividida por classes se organizam para criar alternativas diante da exclusão, por exemplo, as favelas e ocupações de prédios vazios são alternativas de moradias dos trabalhadores da cidade, ocupações de terras são alternativas para moradia e trabalho dos trabalhadores rurais, as greves são alternativas dos trabalhadores reivindicarem melhores condições de trabalho e salário, os PVC’s são alternativas que os trabalhadores encontram para ingressarem na universidade, etc. Isto mostra que quando o Estado não cumpre o seu papel (ou talvez o papel do Estado seja este mesmo) com a classe trabalhadora ela encontra alternativas, porém as alternativas devem caminhar para a superação deste sistema e não para reproduzi-lo.

Globalização como ela foi e é: E a necessária.


Para a compreensão do processo de globalização no mundo foi fundamental resgatar obras de intelectuais que se dedicaram a este processo. Primeiramente, a Sociedade Global de Octavio Ianni foi valiosíssima para compreender os primórdios do processo de globalização que de acordo com o autor iniciaram nos séculos XV e XVI. Outro autor importante com sua obra foi o geógrafo Milton Santos que retratou o atual processo de globalização e que ao final propôs uma outra globalização na obra Por uma outra globalização.
Para Octavio Ianni, o primeiro processo de globalização iniciou com as grandes navegações nos séculos XV e XVI. Com isto, o capitalismo expandiu-se geograficamente por todo o mundo, integrando-o num sistema único de produção e consumo de mercadorias alem de discobertas de novas regiões do planeta.
No segundo momento, iniciou com a Revolução do século XVIII que possibilitou o aumentou da produção de mercadorias e que desta vez conseguia escoar a produção para outros países além dos europeus. Nesta fase o capitalismo europeu teve a função de ser a vanguarda do processo de globalização.
O terceiro momento, o atual, caracteriza-se pelo domínio completo das multinacionais. Estas tomaram grande impulso a partir dos anos 50, depois da Segunda Guerra Mundial. A fixação de multinacionais nos países subdesenvolvidos acelerou o processo de integração global que teve o intuito de facilitar o escoamento das mercadorias produzidas nestes países que atraíram estas multinacionais por uma série de motivos como: legislações trabalhista e ambiental pouco avançadas; mão-de-obra barata; proximidade com a matéria prima; insenção de impostos; etc.
Este é um quadro retrospectivo (superficial) de como se processou a globalização no planeta. Evidentemente que a complexidade do processo de globalização é devido a heterogeneidade de como ele se estruturou nos diversos países tanto os subdesenvolvidos que apresentam particularidade entre si, quanto os desenvolvidos que também apresentam particularidades.
Outra avaliação importante da globalização é a do geógrafo Milton Santos que considera a existëncia de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo como nos fazem vê-lo, a globalização como fábula. Este ocorre principalmente através dos meios de comunicação que tem um uso político que não atende as classes populares, mas tentam mostrar que o atual processo capitalista é o ideal para estas classes. Resumidamente, os meios de comunicação teriam uma função ideológica do discurso das classes dominantes.

Cidadania, con-cidadania, cidadania nacional e cidadania terrenal (L.Boff)

Entendemos por cidadania o processo histórico-social que capacita a massa humana a forjar condições de consciência, de organização e de elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser massa e de passar a ser povo, como sujeito histórico plasmador de seu próprio destino. O grande desafio histórico é certamente este: como fazer das massas anónimas, de­serdadas e manipuláveis um povo brasileiro de cida­dãos conscientes e organizados. É o propósito da cidadania como processo político-social e cultural.

1. Dimensões da cidadania


Cinco são as dimensões de uma cidadania plena:
-A dimensão econômico-produtiva: a massa é mantida intencionalmente como massa e a pobreza é empobre­cimento, portanto, a pobreza material e política é produzida e cultivada, por isso é profundamente injusta; a cidadania política é esvaziada ou reduzida à minoridade se não vier acompanhada pela econômica; o pobre que não for contra a pobreza e não optar por outros po­bres não tem condições de comportar-se como sujeito social e realizar sua emancipação.
- A dimensão político-participativa: só os interessados se fazem cidadãos; estes podem e devem contar com apoios públicos e do Estado, mas se as pessoas mesmas não lutarem em prol de sua autonomia e por sua participação social nunca serão cidadãos plenos. Portanto, mais do que o Estado é a sociedade em suas várias ver-tebrações que conta.

- A dimensão popular: o tipo de cidadania vigente é de corte liberal-burguês, por isso inclui somente os que têm uma inserção no sistema produtivo e exclui os de­mais. E uma cidadania reduzida. Não se reconhece ainda o caráter incondicional dos direitos independen­temente de posse, de instrução e de condição social ou ideológica. A cidadania deve ser alargada pêlos lados e pelo fundo. Por isso a construção da cidadania deve co­meçar pela base social, deve ter um cunho popular e in­cluir intencionalmente a todos. Ela já é exercida nos inúmeros movimentos sociais e nas associações comu­nitárias onde os excluídos constróem um novo tipo de cidadania e de democracia participativa.

- A dimensão de con-cidadania: a cidadania não define apenas a posição do cidadão face ao Estado, como sujei­to de direitos e não como um pedinte (não se há de pe­dir nada ao Estado mas reivindicar; os cidadãos devem organizar-se não para substituir o Estado mas para fazê-lo funcionar); define também o cidadão face a ou­tro cidadão mediante a solidariedade e a cooperação, como paradigmaticamente se está mostrando na cam­panha contra a fome e em favor da con-cidadania e da vida, herança imorredoura deixada por Herbert de Souza, o Hctinho. Contra as políticas pobres do Estado para com os pobres, surgem as organizações dos pobres para fazerem valer seus direitos.

- A cidadania terrenal: a con-cidadania se abre hoje a uma dimensão planetária, na consciência do cuidado com a única casa comum que temos para habitar, o plane­ta Terra, de recursos limitados, em grande parte não-re-nováveis e com a corresponsabilidade coletiva de garantir um futuro comum para a Terra e a humanidade. Não so­mos apenas cidadãos nacionais mas também terrenais.

2. Cidadania e projetos-Brasil

A cidadania é um processo inacabado e sempre aberto a novas aquisições de consciência, de participa­ção e de solidariedade. Só cidadãos ativos podem fun­dar uma sociedade democrática, como sistema aberto, que se sente imperfeita mas ao mesmo tempo sempre perfectível. Por isso, o diálogo, a participação e a busca da transparência constituem suas virtudes maiores.
A cidadania se realiza dentro de uma sociedade con­creta que elabora para si projetos, muitas vezes, confli­tantes entre si, de construção de sua soberania e dos ca­minhos de inserção no processo maior de globalização. Todos eles querem dar uma resposta à pergunta: que Brasil, depois de 500 anos, finalmente, nós queremos?
Vejamos três grandes projetos em curso e seus por­tadores históricos. Qual deles atende à busca dos mi­lhões de brasileiros que almejam um Brasil diferente que os inclua e beneficie.


Este texto foi retirado do livro 500 anos depois: O Brasil que queremos, de Leonardo Boff

O petróleo no mundo e no Brasil.

O petróleo é uma matéria resultante de transformações químicas de fósseis animais e vegetais depositados, principalmente, em fundo de mares. A utilidade deste material é indispensável no mundo contemporâneo, servindo para produção de energia elétrica; matéria-prima da gasolina e do diesel; e, matéria-prima de produtos como plástico, borracha, asfalto etc.

A utilização do petróleo se acentuou principalmente, após a segunda Guerra Mundial demonstrando toda a sua força estratégica para o desenvolvimento do país. Com isto, em 1960 é criada a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) que atualmente contem 13 países Angola, Argélia, Líbia, Nigéria, Venezuela, Equador, Arábia Saudita, Emirados Árabes, Irã, Iraque, Kuwait, Qatar e Indonésia (sob revisão). Estes países são os detentores das maiores reservas de petróleo do mundo.
Para a extração de petróleo das reservas tanto continentais, quanto marítimas. Os Estados podem gerir das seguintes formas:

Concessão: São concedidos, por meio de licitação, os direitos de exploração e produção sobre determinada área a uma companhia petrolífera, seja ela nacional, estrangeira, estatal ou privada. A empresa é responsável por todo o investimento e risco, paga impostos, royalties e participações e, em contrapartida, fica com a propriedade daquilo que for extraído. Esse sistema é o adotado no Brasil e nos Estados Unidos.

Partilha da produção: Por meio de assinatura de um contrato, uma petroleira fica responsável pelo financiamento, risco e desenvolvimento da exploração e produção em determinada área. Encontrando o petróleo, a empresa recebe uma parcela que será destinada a cobrir os custos. O que sobrar de combustível é dividido entre a companhia e o Estado. Tal gestão é utilizada pela China, Rússia e na maioria dos países africanos.

Prestação de serviços:
Uma companhia petrolífera paga todos os custos de exploração e desenvolvimento e entrega toda a produção para o Estado, recebendo em troca uma remuneração pela prestação do serviço. Os custos são compensados por meio de um desconto na compra de petróleo cru, pagamento em dinheiro ou parcela da produção. Alguns dos países que adotam esse modelo são Irã, o Kuwait e a Venezuela.

Monopólio estatal: Exclusividade da pesquisa, exploração e produção pertencem ao Estado. Segmento fica completamente fechado à participação de empresas privadas e, portanto, não há a entrada de capital. Essa forma de exploração que vigora na Arábia Saudita, país que possui a maior produção e reservas mundiais.

A gestão do petróleo no território do país dependerá da política e desenvolvimento do país. Nem todos os países têm a tecnologia necessária para extração do petróleo. A política do país também influenciará no modelo de gestão para o recurso natural.
No Brasil, encontramos dois tipos de gestão do petróleo: a estatal pela Petrobras; e, através de concessões com diversas empresas estrangeiras. Atualmente, com a descoberta de novas reservas de petróleo na camada do pré-sal localizada no litoral brasileiro que se estende de Santa Catarina até o Espírito Santo, situada a sete mil metros abaixo da superfície. Apresenta-se como uma oportunidade para o Brasil.

Com a nova reserva, o Brasil pode saltar no ranking das maiores reservas de petróleo do mundo do 16º lugar para o 6º lugar com a estimativa de 100 bilhões de barris. Os mais otimistas especulam que o Brasil pode chegar ao primeiro lugar com 338 bilhões de barris desbancando a Arábia Saudita. Porém o que torna mais importante no momento não é a colocação no ranking e sim o modelo de gestão a ser adotado.

“O PETRÓLEO TEM QUE SER NOSSO”

População Brasileira

Demografia do Brasil, dados, etnias, taxas de natalidade e mortalidade, crescimento populacional

Introdução

A população brasileira atual é de 183,9 milhões de habitantes (dados do IBGE – dezembro de 2007). Segundo as estimativas, no ano de 2025, a população brasileira deverá atingir 228 milhões de habitantes. A população brasileira distruibui-se pelas regiões da seguinte forma: Sudeste (77,8 milhões), Nordeste (51,5 milhões), Sul (26,7 milhões), Norte (14,6 milhões).

Taxa de Natalidade e de Mortalidade

Se observarmos os dados populacionais brasileiros, poderemos verificar que a taxa de natalidade tem diminuído nas últimas décadas. Isto ocorre, em função de alguns fatores. A adoção de métodos anticoncepcionais mais eficientes tem reduzido o número de gravidez. A entrada da mulher no mercado de trabalho, também contribuiu para a diminuição no número de filhos por casal. Enquanto nas décadas de 1950-60 uma mulher, em média, possuía de 4 a 6 filhos, hoje em dia um casal possui um ou dois filhos, em média.

A taxa de mortalidade também está caindo em nosso país. Com as melhorias na área de medicina, mais informações e melhores condições de vida, as pessoas vivem mais. Enquanto no começo da década de 1990 a expectativa de vida era de 66 anos, em 2005 foi para 71,88% (dados do IBGE).

A diminuição na taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida tem provocado mudanças na pirâmide etária brasileira. Há algumas décadas atrás, ela possuía uma base larga e o topo estreito, indicando uma superioridade de crianças e jovens. Atualmente ela apresenta características de equilíbrio. Alguns estudiosos afirmam que, mantendo-se estas características, nas próximas décadas, o Brasil possuirá mais adultos e idosos do que crianças e jovens. Um problema que já é enfrentado por países desenvolvidos, principalmente na Europa.


Mortalidade Infantil

Embora ainda seja alto, o índice de mortalidade infantil diminui a cada ano no Brasil. Em 1995, a taxa de mortalidade infantil era de 66 por mil. Em 2005, este índice caiu para 25,8 por mil. Para termos uma base de comparação, em países desenvolvidos a taxa de mortalidade infantil é de, aproximadamente, 5 por mil.

Este índice tem caído no Brasil em função, principalmente, de alguns fatores: melhorias no atendimento à gestante, exames prévios, melhorias nas condições de higiene (saneamento básico), uso de água tratada, utilização de recursos médicos mais avançados, etc.


Outros dados da População brasileira

- Taxa de natalidade (por mil habitantes): 20,40 *
- Taxa de mortalidade (por mil habitantes): 6,31 *
- Taxa de fecundidade total: 2,29 *
- Estados mais populosos: São Paulo (39,8 milhões), Minas Gerais (19,2 milhões), Rio de Janeiro (15,4 milhoes), Bahia (14 milhões) e Rio Grande do Sul (10,5 milhões). **
- Estados menos populosos: Roraima (396, 7 mil), Amapá (587,3 mil) e Acre (655,3 mil). **
- Capital menos populosa do Brasil: Palmas-TO (178,3 mil).**
- Cidade mais populosa: São Paulo-SP (10,9 milhões). **
- Proporção dos sexos: 99,6 homens em cada 100 mulheres. **

Fonte: IBGE * 2005 , ** 2007

Etnias no Brasil

Pardos: 42,6%
Brancos: 49,7%
Negros: 6,9%
Indígenas: 0,3%
Amarelos: 0,5%

Fonte: PNAD 2006

RETIRADO DO SÍTIO: http://www.suapesquisa.com/geografia/populacao_brasileira.htm

Século XXI: haverá revoluções? Sim!

O século passado foi palco das revoluções que apresentavam propostas para uma sociedade mais igualitária. Infelizmente, nasci no seu final na penúltima década e só fui conhecer de fato as revoluções no século XXI.

Na verdade conheci tentativas de revoluções, revoluções que se declinaram e revoluções triunfantes. Também conheci ditaduras que na maioria se instalaram após golpes em cima destas revoluções.

Nas tentativas de revoluções enumero apenas algumas que me surgem em mente. A primeira foi elaborada por Carlos Prestes no Brasil que teve a proposta de implantar o sistema comunista após ter percorrido o Brasil juntando diversos militantes e ter conhecido as mazelas do capitalismo no nosso território.

A segunda que rapidamente vem na minha mente é a tentativa de um governo socialista por vias democráticas no Chile, liderada por Salvador Allende. Após esta tentativa de revolução solicitada pelo povo o capitalismo com suas táticas implantou uma ditadura militar liderada por Pinochet que na verdade era apenas um fantoche do capitalismo internacional.

As revoluções que se declinaram no decorrer da história foram a das Repúblicas Socialistas Soviéticas e da China. Resumidamente, o da URSS de fato nos anos iniciais melhorou as condições de vida dos trabalhadores na Rússia, porém no decorrer da História a URSS caiu na fragilidade de competir com os Estados Unidos da América de quem seria o status de maior potência (Guerra Fria) e para isto teve atitudes questionáveis que tentaram justificar com seus fins.

Outra que também declinou no decorrer da História foi a chinesa que atualmente continua com o rótulo de comunista, porém tem atitudes idênticas a um país capitalista de industrialização tardia. Por que "capitalista de industrialização tardia"? Porque infelizmente são estes países que apresentam as maiores explorações em cima do trabalhador, principalmente, o trabalhador sem qualificação (mão-de-obra barata). E com isto, os países centrais conseguem manter salários altos para seus trabalhadores.

A revolução triunfante que mais me emociona é a cubana mesmo com os erros ela se apresenta como a mais democrática e dialética para a História. Resistente ao embargo econômico norte-americano mostrou-se uma alternativa no quintal do país mais desumano do mundo. Apesar dos meios de comunicação capitalistas nacionais (leia-se Veja, Globo, Band, SBT etc) estarem sempre conspirando para o declínio da Revolução, esta se mantém na vanguarda da alternativa para ‘um outro mundo possível’.

Para a juventude resta se solidarizar mais com os que não possuem nada e se unir através de movimentos sociais, pastorais, movimentos estudantis e partidos. Pois só através do debate político que os interesses da sociedade prevalecerão sobre o interesse do capital.

Por que ‘’sim’’ no título? Porque um cristão que agrega forças para lutar a favor do interesse da sociedade tem sempre a esperança, assim como Jesus Cristo a teve, de modificar o mundo.

ENEM, Casa Grande & Senzala

Os números do ENEM perpetuam o apartheid: dos 20 melhores colégios, 15 são particulares; o Colégio São Bento, do Rio, primeiro lugar pelo terceiro ano, cobra mensalidade de R$ 1.700,00 reais; 73% das escolas avaliadas ( maioria das redes estaduais) tiveram nota abaixo da média.

Parece que é nossa sina reproduzirmos nas diversas áreas da nossa história social o binômio “Casa Grande& Senzala”, consagrado por Gilberto Freire.Outrora, na distinção dos espaços ocupados por senhores e escravos; hoje, para assinalar as inaceitáveis desigualdades que se cristalizaram através dos séculos, mesmo que escravidão oficialmente não haja.

O que vemos, com os números acima expostos, é que a educação, instrumento por excelência de inclusão social, vem sendo, em nossa história perversa, exatamente o seu contrário: meio de exclusão, nicho de privilégios, campo sagrado de reprodução de um desequilíbrio absurdo de dois brasis que se afastam e se conhecem cada vez menos.

Na rede particular, escolas com estrutura invejável, turno integral de ensino, professores que dificilmente faltam às aulas, e, de resto, uma família com pais bem informados que investem incessantemente na formação dos filhos, com ensino complementar e, não raro, viagens ao exterior.

Na rede pública estadual, escolas em condições físicas precárias, professores que fazem da ausência uma regra, e muitas, muitas matérias que sequer têm professor para ensiná-las.Ademais, os pais, com formação inferior à dos filhos pouco podem fazer para ajudá-los e se recolhem ao lugar das sombras de sua pouca instrução, resignados e ainda agradecidos pelo fato de os filhos terem uma escola aonde ir.

O ensino brasileiro é a grande bomba social do país, disse muito bem Gilberto Dimenstein.Esse talvez seja o maior desafio de qualquer governo que ouse desenhar futuros.No segundo grau, pessoas em formação de 15, 17, 20 anos sonham com universidade, trabalho, vida melhor para os seus e possibilidade de fazer deste mundo um lugar melhor para todos.

E ,todo ano, milhões desses jovens acordam no meio da “noite veloz” alarmados pelo despertador do real que lhes diz de modo insensível e seco: não existe futuro para você!.

É isso que nos dizem os números do Enem.

Não desconheço o supremo esforço que este governo têm feito no sentido da inclusão de milhares de jovens: Prouni, ações afirmativas, cotas para alunos da rede pública, cursos profissionalizantes inaugurados em grande escala.Mas o abismo é grande e a velocidade, nossa maior inimiga.

Se é pela educação- e somente por ela - que poderemos ostentar a medalha de “país de primeiro mundo”, então “cesse tudo que a musa antiga canta” e faça-se do ensino público de qualidade a prioridade “zero” deste país.

Do contrário, é entregar a um povo potencialmente capaz um caderno em branco, onde ele não saberá sequer registrar a história do seu próprio fracasso.



*Jorge Portugal

Educador, poeta e membro do Conselho Nacional de Política Cultural


RETIRADO DO SITE PATRIA LATINA: http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=fa8dbbcb682699544e4e8f2212115f73&cod=4071

TSC: o crítico do povo

O músico Tico Santa Cruz (TSC), crítico feroz da passividade do povo, escreveu no domingo 25 de Abril demonstrando sua indignação com alguns fatos acontecidos.

Neste artigo ele diz “Do que o brasileiro tem medo? Será ainda resquício dos militares ditadores que desapareciam com quem ousava questioná-los? Não creio. Poucos nesse país podem dizer que enfrentaram a ditadura. A grande parte, como sempre, se comportou como gado”. Não sei qual a bibliografia que ele utiliza para fazer reflexões tão ridículas como estas, mas como um pequeno burguês até entendo essa revolta pelo fato de não compreender toda a conspiração do capital para tentar manter a sociedade submissa. Talvez não compreenda que a educação pública (colégios municipais e estaduais, exceto os federais) que remunera mal seus professores, ligada a má alimentação dos estudantes, péssima infra-estrutura, habitat¹ residencial dos alunos que comumente não conseguem dar prosseguimento aos estudos (porventura com um muro cercando as favelas melhore o habitat de alguns estudantes)².

Todos estes fatores e mais colaboram para uma deficiente educação que dificulta os questionamentos dos alunos a respeito dos valores da sociedade que está inserido. Por exemplo, dificilmente ele irá questionar a necessidade de ter uma casa (leia-se, mansão) que a todo momento a sociedade o coloca como objetivo de tê-la³.

Outro fator importante para a “submissão do povo” é a mídia corporativa que atua como um braço: acolhedor, nas poucas horas livre do trabalhador; direito, da ditadura capitalista. O TSC não irá criticar a mídia já que está, volta e meia, na Tv e semanalmente no jornal.

Num determinado momento do artigo o TSC pergunta-se e responde como se soubesse a voz do povo (característico de quem está na mídia coorporativa). A menção a seguir diz respeito ao Congresso “É ridículo! E nós estávamos onde para não cobrar uma punição severa? Estávamos na fila do ingresso do Fla x Flu, porque pra isso temos tempo e disposição”. Quando o TSC sair das viagens musicais e freqüentar ambientes de lutas sociais ele não fará afirmações irônicas como estas.

Um dia... vai ver que há ocupações em imóveis do Estado que famílias utilizam como residência e reivindicação de um direito constitucional, pois após exaustivas horas de trabalho todos tem o direto de dormir sossegado. Vai ver que milhares de famílias rurais estão em acampamentos debaixo de lonas pretas aguardando o licenciamento do Estado. Vai ver que há milhares de voluntários se esforçando para que jovens entrem para uma universidade pública ou com bolsas para a particular já que estes não podem pagar. Depois disto ele pensará antes de usar o verbo no plural "estávamos" e generalizar o povo com a parcela que ele conhece.

Para finalizar diz: “Na plataforma, o mesmo comportamento passivo. Dez homens socando, chutando e chicoteando o povo para dentro de vagões lotados e ninguém reage?”. Provavelmente nunca andou de trem no Brasil e não sabe como o setor privado lida com a população mais pobre. Outra coisa, no fato relatado havia a presença do Estado (um policial militar) que fornecia todo o subsídio para o setor privado agir.

Enfim, mais uma demonstração de um pequeno burgues da difícil crítica a mídia (ainda mais quando ela é o seu patrão) e questionar um sistema que te privilegia. É muito mais fácil direcionar a revolta para o povo, culpando-o de todas as mazelas que estão na sociedade.

[¹] O Lê Monde Diplomatique Brasil ano2/ nº21 / 2009 apresentou uma pesquisa que confirma a dificuldade de alunos que estão em locais periféricos e com isto apresentam baixo índice de rendimento escolar devido ao seu habitat.

[²] O TSC criticou o literato José Saramago pelo fato deste ir contra a colocação de paredes para circundar as favelas. TSC disse que Saramago não conhecia a realidade do Rio de Janeiro para opinar. Porém precisa saber a realidade que se encontra o Rio para dizer que um projeto fascista é ruim para a população? “O muro nas favelas é a renúncia das classes dominantes em educar uma parte da população que se reproduz à margem da sociedade” Chico de Oliveira.

[³] Sua casa vai bem, TSC?

Diálogo entre pai e filho num ambiente burguês.

Após um dia de aula o filho espera o pai chegar do trabalho para comentar sobre o que aprendeu. A seguir um diálogo na íntegra entre pai e filho.


Filho: Pai! Hoje na aula o professor de Geografia comentou sobre o comunismo. Todo mundo participou da aula e depois da aula a gente ainda comentou.

Pai: Filho senta aqui. Eu sabia que uma hora eu teria que ter esta conversa com você. Primeiro, você precisa diferenciar o certo do errado. Eu poderia falar várias coisas erradas do comunismo, mas o principal é a herança.

Filho: Como assim pai, herança?

Pai: Sabe aquela história que lhe contei sobre seu avô? Aquela que ele tinha muito dinheiro e, infelizmente, ele morreu e eu que tive que administrar?

Filho: Sei.

Pai: Então, no comunismo esse dinheiro iria para um monte de políticos safados que pegariam tudo.

Filho: Mas pai...

Pai: Vou ser mais prático. Você sabe que estuda num dos colégios mais caros do Rio de Janeiro e isso acontece porque eu soube administrar o dinheiro que seu avô nos deixou. Numa sociedade comunista você estudaria em qualquer colégio e isso faria nenhuma diferença porque os méritos teriam que vir dos alunos.

Filho: To entendendo mais ou menos...

Pai: Por exemplo, sabe aquelas crianças que pedem dinheiro na porta do seu colégio?

Filho: Aham.

Pai: No comunismo você correria o risco de estudar na mesma escola que elas e no final, Deus te livre meu filho, trabalharia no mesmo local. E mais, poderiam ser seus amigos! Agora você entende?

Filho: Entendo.

Pai: Meu filho, espero que você tenha aproveitado tudo que lhe falei. Estes momentos nem todos seus amiguinhos têm, pois existem muitos pais irresponsáveis.

Filho: Mas o professor não falou nada disso.

Pai: Filho, vou falar pela primeira e última vez. Afasta-se dessas idéias. Essas coisas nem é bom ficar conversando.

Filho: Por que?

Pai: Eu não queria dizer isso mas, apesar de tudo os comunistas comem criancinha.

Neoliberalismo: reestruturação do capitalismo

O texto abaixo é uma análise do neoliberalismo na perspectiva marxista do David Harvey. O autor considera que o neoliberalismo teve a função de remanejar o capital para a mão dos donos de meios de produção (burguesia) que a partir da segunda guerra mundial viram seu capital "sumir". Resumidamente, as medidas neoliberais serviram para que os capitalistas recuperassem seus capitais, com isto acentuando a desigualdade social e a dependência dos países subdesenvolvidos.

O texto na íntegra está no excelente site Resistir.Info:
http://www.resistir.info/varios/neoliberalismo_ago04_port.html

"A ortodoxia neoliberal, pressionada tanto pela Inglaterra como pelos EUA, introduziu-se nas instituições financeiras internacionais depois de 1980. O Fundo Monetário Internacional tornou-se o principal agente na promoção das políticas de “ajustamento estrutural” sempre que tinha de lidar com uma crise de crédito. Como resultado, países como o México, Argentina, Brasil e África do Sul foram arrastados para o campo neoliberal. O preço de entrar no sistema económico global para muitos países da área soviética foi a privatização e o assumir de uma postura neoliberal. A competição global arrastou muitos outros países, até a China e a Índia, para algo aproximado a uma estrutura de Estado neoliberal. Ainda há alguns Estados, como na Europa e Escandinávia, que se apegam à social-democracia e outros no Leste Asiático conseguiram combinar o neoliberalismo externamente com a preocupação com a igualdade em casa. Mas algumas variantes de Estado neoliberal agora predominam em todo o mundo. Isto aconteceu em parte devido a uma crise do capitalismo nos anos 70. As taxas de lucro estavam baixas, a inflação e o desemprego estavam a crescer por todo o lado quando o consenso económico (chamado keynesiano) dos anos 60 ditou que eles deviam contrabalançar-se. Os sistemas financeiros estavam um caos, o mercado de valores em declínio e havia uma crise fiscal nas despesas do Estado (sendo emblemática a falência da cidade de Nova York em 1975). A forma de Estado “social-democrata” que surgiu depois de 1945 não conseguia superá-la. Alguma coisa nova tinha de ser inventada. A resposta que venceu foi o neoliberalismo. Mas foi bem sucedido? Em termos de estimulação do crescimento foi um triste fracasso. As taxas de crescimento global nos anos 50 e 60 permaneceram à volta de 3,5 por cento e nos perturbados anos 70 caíram para cerca de 2,4 por cento. Mas nos anos 80 baixaram para 1,4 porcento e nos anos 90 caíram ainda mais chegando a 1,2 por cento e desde 2000 têm-se mantido pouco acima dos 1 por cento. Então porque estamos nós tão persuadidos dos benefícios do neoliberalismo?

Existem duas respostas principais. Primeiramente, o neoliberalismo introduziu uma considerável volatilidade no sistema global, de modo que normalmente há alguns lugares que estão a ir bem enquanto os restantes vão muito mal. Nos anos 80 foi o Japão e Alemanha Ocidental que lideraram o grupo e os EUA ficavam atrás, mas nos anos 90 ambos se atrasaram com o Japão a sofrer de uma década de severa recessão. Nos anos 90 os EUA, Grã-Bretanha e alguns dos “tigres” económicos do Sudoeste Asiático surgiram no topo. Depois o Sudoeste Asiático caiu em 1997 seguido do colapso da “nova economia” nos EUA e agora China e Índia parecem ser os que se destacam na frente da corrida. Num mundo darwiniano, o argumento neoliberal vinga, ficas para trás porque não és competitivo. Apenas sobrevives se te encaixares suficientemente bem. Não há nada sistematicamente errado. A falha está em ti. Não és suficientemente neoliberal.

Em segundo lugar, e mais importante, os grupos com rendimentos mais elevados tornaram-se infinitamente mais ricos sob o neoliberalismo. A desigualdade social aumentou em vez de diminuir. Nos EUA, por exemplo, os 1% do topo da pirâmide de rendimentos detinha 16 por cento da renda nacional antes da Segunda Guerra Mundial, mas durante os anos 50 e 60 essa fatia caiu para 8 por cento e os fracassos dos anos 70 ameaçavam o seu poder ainda mais. Mas em 2000 este grupo voltou a deter 15 por cento da renda nacional e isto pode disparar até 20 por cento num futuro próximo se os cortes nos impostos se mantiverem. Tendências semelhantes, apesar de menos dramáticas, podem ser detectadas noutros países."

Dicas para um vestibulando

América Latina:

Não é novidade que o quadro político da América Latina vem demonstrando alternativas após anos de ditadura e há pouco tempo governos eram comprometidos com o Neoliberalismo. A alternativa que me refiro são os governos populares, principalmente, nos seguintes países: Brasil, Venezuela, Bolívia, Paraguai e Equador.

Estes países apresentam uma postura crítica em relação à postura dos países desenvolvidos e, no caso latino americano, observamos a oposição ao governo “usamericanos”(Betto). Mas as materializações das alternativas apresentadas por estes governos, são as seguintes:

ALBA- Alternativa Bolivariana para as Américas. Proposta apresentada pelo governo venezuelano que é o país mais crítico a proposta dos “usamericanos”, a ALCA. Que só beneficiará os EUA, principalmente, porque taxará os produtos primários (p.ex. Laranja) e exige a abertura para produtos industrializados.

Satélite Simon Bolívar- Apresenta a tentativa do governo venezuelano em montar uma alternativa nas telecomunicações latino-americana que atualmente está a serviço do capital internacional.

Banco do Sul- Uma alternativa financeira para cooperação entre os países latino-americanos que apresentam os piores índices de desenvolvimento humano das Américas e do mundo, depois, claro, da esquecida África.

Conceitos:
Monopólio- Quando uma empresa detêm o mercado de um determinado produto ou serviço, impondo preços aos que comercializam.

Oligopólio- O oligopólio é uma situação de mercados concentrados, na qual a produção se concentra num pequeno número de firmas.

Por que?
Atualmente observamos a fusão entre bancos privados (unibanco e itau) e estatais (B.do Brasil e Nossa caixa). Tais fusões apresentarão um oligopólio no setor de serviços bancários.

Crise econômica:

Não é difícil lembrar a crise de 1929 que é conhecida também como “Crash da Bolsa”. O que acontecia na época? O capitalismo-liberal (Liberalismo) concentrava o dinheiro nas mãos de poucos e não deixava o Estado interferir na economia o que acabou desencadeando uma crise de produção(também)...Para solução Roosevelt adotou medidas de Keynes, as medidas keynesianistas que eram de proporcionar o bem-estar social da sociedade para isto diminuiu a carga horária do trabalho sem diminuir o salário, seguro-desemprego, colaborou com os sindicatos para exigirem maiores salários etc. No Brasil era a época getulista o “pai dos pobres e mãe dos ricos” e alguns historiadores acreditam que foi a época que a classe média cresceu no país.

Hoje...

Crise do Neo(novo)liberalismo!
Com a política de que os Estados não devem intervir na economia (e se estiver intervindo...VENDA!) o setor privado sedento por lucro começou a apostar nas pessoas (migrantes, negros etc) que não têm condições de pagar o crédito que lhe foi concedido. A partir do momento que os “maus pagadores” (sub-prime) depois de terem especulado com as hipotecas, começaram a devolver as residências e dizer que não iriam pagar, o sistema financeiro entrou em derrocada. Como o sistema financeiro trabalha com auxílio de bancos o efeito está sendo em cascata.

Como ocorreu em 1929, o Estado descumpriu o acordo do neoliberalismo de não interferir na economia e foi as compras. O Estado desta vez e mais uma vez, interfere na economia comprando os bancos ou injetando bilhões de dólares arrecadados de seus contribuintes.


“Quando o excesso de lucros se concentra nas mãos de um punhado de homens, o capital acumulado alimenta a especulação bolsista ou a distribuição de créditos a risco. Quando os salários se mantêm baixos, as famílias consomem a crédito fácil até o esgotarem e despreza-se assim a solvência e o investimento de capital em novos meios de produção.” Jean-François Couvrat - DéChiffrages

Dicas para se tornar um estudioso comprometido com a sociedade.

Ler é imprescindível para a atitude proposta aqui, porém surge a pergunta “ler o quê?”

Comumente vemos pessoas reproduzindo idéias prontas da mídia e acreditando que seus ideais estão servindo para o progresso da sociedade. Enganam-se. A mídia como se sabe tem muitos interesses e dívidas com os poderes hegemônicos do capitalismo.
A mídia comprometida e devedora com o capital possui os meios de comunicação mais acessíveis e, logo, os mais influentes da sociedade: em primeiro lugar a televisão aberta (por exemplo, Globo); em segundo, as rádios (p.ex, Globo); em terceiro, os jornais (p.ex, Globo). Esta ditadura midiática vem se reproduzindo ao longo dos anos e, atualmente, observamos não só o compromisso com o capital, mas a fusão com este. Seguido da fusão aparece o cargo de defensor do modelo cultural-sócio-econômico vigente, o capitalismo.

Hoje, felizmente, o advento da internet traz publicações de idéias mais anárquicas, ou seja, idéias que não precisam está vinculadas a um grupo ideológico hegemônico. Este fato possibilita pensadores comprometidos com a atual realidade social publicarem a respeito.

Enfim, segue abaixo as dicas de pessoas/grupos que estão comprometidos com a sociedade sem o moralismo religioso e muito menos a ganância capitalista.

*Notícias do Caribe e da América Latina (artigos com:Frei Betto, L.Boff, entre outros).
http://www.adital.org.br/site/index.asp?lang=PT

*Pátria Latina (artigos com: Emir Sader, Fidel Castro, entre outros).
http://www.patrialatina.com.br/

*Carta Maior (artigos com: Boaventura, François Houtart, entre outros).
http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?alterarHomeAtual=1

*Bafafá on-line (artigos com: Eduardo Galeano, Theotonio dos Santos, entre outros)
http://www.bafafa.com.br/

“Segregação social, discriminação racial”

“ ‘Segregação social, discriminação racial’ com parte da letra da música ‘Segregação’ da Banda Ponto de Equilíbrio, verificamos que a segregação social pode ser representada no espaço urbano. Isto se deve ao fato da cidade,por exemplo, do Rio de Janeiro ter dois tipos claros de segregação sócio-espacial:

(1) A auto-segregação que se refere à possibilidade das classes sociais de maior renda de escolher os melhores lugares (bairros e condomínios fechados) para se estabelecerem ou morarem, por exemplo, Barra da Tijuca;

(2) A segregação imposta deriva do próprio sistema capitalista, onde, para o cidadão de baixa renda, não existe a opção de acesso a terra, ao apartamento ou a casa ‘bem-localizada’. Resta-lhe a opção da periferia, da favela ou do cortiço.

Verifica-se no espaço urbano, a segregação sócio-espacial espacializada a partir da divisão de classes sociais mantidas nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

Em relação a ‘discriminação racial’ citada na música podemos fazer uma analogia a mais recente pesquisa realizada pelo IBGE, onde constata que a distribuição da população negra brasileira ainda hoje reflete o período de escravidão, havendo uma alta concentração de negros residindo próximos aos portos que receberam escravos vindos da África, durante o período escravagista.

AZEVEDO, Gustavo Ferreira de. 2008


Texto elaborado para apresentar na aula de urbanização no pré vestibular comunitário - Almirante Negro.

Um comentário relevante: Blog; Mapa; Questão Agrária; Reflexão.

Com a nova estrutura do blog, temos a opção de selecionar os lugares que acessaram o blog (opção: FEEDJIT). Pode-se visualizar ao lado esquerdo do blog, mas para mais detalhamento pode ser selecionado o link.

Por curiosidade resolvi verificar os lugares de onde acessaram. Para minha surpresa uma pessoa do Mato Grosso do Sul da cidade de Fortaleza acessou a página. Coloquei na opção satélite, onde visualiza-se com o Google Heart. Quando fui aproximando a imagem, deparei-me com imagens cônicas, retangulares, triangulares, etc. Aproximei mais, então encontrei campos com os famosos latifúndios brasileiros. Provavelmente, são das plantações de soja e/ou milho.

Com a observação detalhada encontrei as seguintes irregularidades:

Áreas desmatadas que não respeitam os córregos; pois há uma lei que delimita uma reserva da mata no percurso do rio.

Castanheiras isoladas no campo; sabe-se que esta lei é irrelevante porque a castanheira é uma árvore frágil que não resiste por muito tempo num ecossistema degradado.(Não fica como uma irregularidade, mas como hipocrisia da lei)

Áreas extensas que não destinam uma porcentagem da área para a reserva; também fixada por lei.

Além destes pontos de irregularidades podemos refletir sobre a questão fundiária no Brasil. O Mato Grosso do Sul apresenta os maiores índices de concentração de terras no Brasil. O país ocupa o segundo lugar em concentração da propriedade fundiária no mundo. Os produtos (principalmente, a soja) plantados nesta região são os que mais utilizam a mecanização, ou seja, dispensam a mão-de-obra incitando o exôdo rural. Estas plantações ainda mantém sistemas agrícolas coloniais conhecidos como plantation, onde o mercado consumidor é o exterior. Surge a pergunta: consumimos soja, com a mesma proporção que plantamos?

Não me estenderei. Creio que os comentários acima podem servir para uma reflexão.

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