Tico Santa Cruz: o mascote do Viva Rico.

Há algum tempo comento a respeito do movimento Viva Rio que na verdade leia-se Viva Rico e agora encontrei um mascote deste movimento que é o vocalista da banda Detonautas, chamado Tico Santa Cruz. O jovem Tico que é aclamado por outros jovens que lotam os seus shows musicais, se revoltou a partir do dia que um integrante da sua banda, lamentavelmente, foi assassinado por bandidos que tentaram levar seu carro.

A partir do ocorrido, Tico Santa Cruz começou a manifestar indignação diante da violência nas grandes cidades do Brasil. Gritou, chorou, esperneou e até no Congresso foi para reclamar. Confesso que no início achei importante a revolta de Tico, mas no decorrer do tempo percebi que quando tinha a palavra não tocava na questão central: a desigualdade social no Brasil.

Para criar mais repugnância com o Tico Santa Cruz, num belo dia, passando pelos canais vejo um programa na GNT de uma designer/arquiteta que aconselha pessoas que possuem mansões. Neste dia havia duas dondocas meditando sabiamente onde seria colocado um quadro na sua sala imensa (que provavelmente corresponde ao meu apartamento), quando surge o protagonista deste artigo - pensei que haveria um protesto contra a ostentação do dinheiro naquela mansão, pois afinal o Tico se tornou um revoltado, tatuado e cabeludo – porém não houve nada disso. Não? Por quê?. Porque ele é o proprietário da mansão e a designer estava aconselhando a sua esposa.

Bom está aí o mascote do Viva Rico. Não quero desmerecer a causa que defende pelo fato de ser rico. Só não admito que continuem levantando bandeiras com ideologias (por trás) que não condiz com a verdade. Enfim, mais um exemplo de que as classes mais altas do Brasil acreditam que a violência está associada a cultura do agente violento, não aceitando que a violência é um reflexo da desigualdade social no país.



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7 comentários:

Unknown disse...

Isso vai dar merda!!!rs

Anônimo disse...

Comentário sensacional, todo mundo gosta de ficar puxando o saco do Tico Sta Cruz

Anônimo disse...

O fato é que ninguém poderá ter uma visão completa do ideal na política. Alguém muito pobre só defenderia a distribuição da renda, sem reforma cultura, psicológica. Os de renda alta(que seria o caso do Tico) defenderiam a reforma humana, de coisas abstratas.O de classe média defenderia a vida boa, a não-violência. Porque o problema do pobre é a miséria, da classe média a limitação e da classe alta os problemas psicológicos.

Não vejo mau em deixar o cara fazer o melhor dele.

Anônimo disse...

Tudo que o Tico conquistou, é fruto de seu trabalho, do sucesso mais que merecido. Não vejo nada demais a pessoa ser bem sucedida, morar numa casa grande e bonita, ter conforto. Convivo com Tico, sei que ele é uma pessoa profundamente responsável, pleno, justo e consciente de seu papel de cidadão pai de família. Ele apenas apoia o movimento "VIVA RIO" porque esse movimento luta pelos direitos das pessoas. Tico é o máximo, pessoa excelente, quizera que todas as pessoas desse pais tivessem o carater que ele tem. E daí que tinha um designer no "palácio" do Tico vendo onde ficaria melhor um quadro? Bobagem! Isso é inveja. O sucesso está alcance de todos; não é pq pessoa nasceu num estado de miséria que deva pela eternidade ficar assim. "O que está fora é reflexo do que está dentro." A filosofia de vida que pratico, me diz que com a mudança interior de uma pessoa, automaticamente muda-se o exterior. Dá pra enteder? A miséria maior reside no interior, vive na merda quem se indentifica com ela. Quem quizer crescer que trabalhe, estude, faça de seus sonhos projetos e jamáis desista. Antes de fazer sucesso, o "Detonautas" esteve por mais de dez anos no anônimato sem ganhar um único centavo. Mas eles nunca desistiram, lutaram e lutam, são pessoas vitoriosas. Parece que no Brasil os vitoriosos são alienigenas, que devem ser apedrejados. É vitorioso quem acredita na vitória, e ser vitorioso também é ganhar dinheiro, morar bem, comer bem, viver sob todos os aspéctos com dignidade.

EDU PLANCHÊZ poeta cantor
( da Banda "BLAKE RIMBAUD", integrante do coletivo "VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA")

Anônimo disse...

" gustavo v cmensionou tem fundamento:
nao tirando o merito da causa do tico santa crus protestar diante do assainato do integrante d abanda del e parceiro.
porem o reflexo de variso crimes esta associado a corru´çao paciva e ativa da sociedade e de politicos que nao investemnuma educaço justa para so mais desprovidos e dignidade .
paremos de hipocresia em afirmar que a violecia esta associada a questao de pobresa.
e enchergar que naoa cabr coo corrupaço e a sociedade em alimentar o trafico.
mais sangue serao derramamdos
e a impunidade continuara
investimos na educaçao justa e o assitecialismos socia conforme os mais favorecidos teer condiçoes de ter uma vid ajusta
ass anderson lopes

Anônimo disse...

Bem, não há como ler comentários como os que estão postados aqui e não sentir uma irresitível vontade de também dizer alguma coisa, então sigamos!!!
Em relação ao comentário do Edu, eu não posso dizer quem é o Tico Santa Cruz como pessoa, em sua intimidade, assim como a maioria das pessoas, não sei como é chamado pela esposa, qual a brincadeira que gosta de fazer com os filhos, sobrinhos parentes e/ou amigos, enfim eu não o conheço e portanto, não posso fazer comentários pessoais a ele como: se ele é um bom pai ou não, se é integro ou não, bom marido ou não etc, sem correr o risco de ser leviano, e pra isso já existe muito programa de fofoca e paparazzo pra encher a vida do cara! Entretanto, quanto pessoa pública que é suas opções e posições ideológicas podem e devem ser alvo de críticas, pois, são estas que fazem com que se avance em todos os sentidos, só pelo fato de despertar essa discussão o Gustavo já possui seus méritos, por sinal eu conheço o Gustavo, e poderia assim como o Edu fez com seu amigo, enumerar vários pontos positivos dele que eu como amigo conheço e a grande maioria não, mas o que está sendo discutido aqui é uma questão de posicionamento de idéias e dessas idéias com a prática, ou será que o discurso é dissociado da prática?
Reconheço que sim pode ser! Afinal estamos vendo isso a todo tempo, e aqueles que assim se posicionam tendem a não serem levados a sério, portanto, se Tico Santa Cruz é um cara sério, e até acredito que seja, irá aproveitar algo desse assunto aqui discutido, que por certo já chegou aos seus ouvidos e irá repensar suas ações, não por mim, não pelo Edu, ou por qualquer pessoa, mas por ele próprio, seja lá por quais motivos, ou talvez não afinal como ele é artista pouca gente discuta e faça críticas como a aqui inserida e creia possuir muito mais aprovação do que o contrário e assim simplesmente nem ligue.
Agora quanto àquela história de que todos podem chegar a qualquer lugar, que as oportunidades são iguais, e quem luta consegue chegar ao topo, leiam ganhar dinheiro, essa é inaceitável! demonstra mais uma vez que o jornal nacional e suas notícias como: "morador de rua passa em concurso para o banco do Brasil" consegue fazer soar não só para os desinformados a seguinte resposta: " viu qualquer um consegue, se você não, é porque não se esforça"
Ora se todos tivessem as mesmas oportunidades, a distância entre pobres e ricos não eram a mais gritantes de todos os tempos e o Brasil não seria o país onde essa diferença é uma das maiores do mundo, se as oportunidades fossem oferecidas para todos, o colégio de aplicação da UFRJ não seria na Lagoa ou só na Lagoa, a PUC não seria na Gávea, na Baixada teria à muito tempo uma Universidade Pública, o Brizolão funcionaria como no seu princípio até hoje, os Nordestinos não teriam de sair de sua terra pra vir morar em favelas, e tablóides como o Meia Hora não terim espaços entre a nossa população. Contudo isso, e por conta da própria "contradição" do capitalismo uma meia dúzia consegue "se dar bem", e essa meia dúzia é ventilada como os únicos lutadores do país, como se fosse fácil fácil mudar a condição social de onde se vem, a sociedade é injusta porque compactuamos com a injustiça, é violenta porque somos violentos, é desigual porque adoramos a desigualdade, queremos privilégios e não direitos e precisamos de alguém para invejar nossa linda casa, nosso carro, nossa roupa, afinal ninguém quer sair por ai igual ao outro, se assim não fosse a indústria de customização não teria crescido tanto nos últimos anos e a revista Caras não seria um sucesso, por certo que não seria.

Cícero
Estudante de geografia da Uerj através da política de cotas, que precisou ser criada porque as oportunidades não são iguais para todos

Coração suburbano disse...

Esse aí devia se chamar Mico Santa Cruz... Puro showmício.

Mas, não é o dublê de rockstar engajado que eu queria comentar. É sobre a violência ser "reflexo da desigualdade social". Antes de mais nada, pergunto "o que é violência?" É um rapaz da favela fumar uma pedra de crack, pegar uma pistola, sair doidão pela Av. Marechal Rondon e assaltar motoristas? Ou quem sabe até dar um "teco" na cabeça deles? Que a cadeia tá cheia de negros e pobres, disso eu não tenho dúvidas, mas isso não é novidade alguma: desde que o homem inventou o cárcere este foi feito quase que exclusivamente para enjaular os "de baixo". Então, vamos a um caso que eu acompanhei em Barcelona, no ano passado: um rapaz de classe média, maior de idade, foi a um clube encontrar uma ex-namoradinha, menor, e a persuadiu a ter relações sexuais com ele no pátio de um conjunto de apartamentos da vizinhança; durante a transa, quatro garotos, todos menores, filmaram tudo; em seguida, eles saíram de onde estavam escondidos e se aproximaram do casal... o rapaz maior de idade usou as imagens feitas pelos outros quatro garotos para chantagear a menina: ela deveria transar com os outros meninos e se não fizesse isso as imagens iriam parar na internet. Não é Brasil, nem havia jovens nascidos/criados em favelas. Mas isso é violência (sexual, moral, psicológica). A desigualdade social explicaria isso?

Acho que a violência sempre teve muito a ver, entre outras coisas, com a necessidade de ser visto. A violência é uma forma de chamar a atenção, de se fazer visíviel, notável... É a maneira através do qual os invisíveis conseguem ser notados, vistos: pela sociedade, pelo Estado, pela família, pelos amigos, etc. E, nos dias de hoje, imagem é tudo, o que equivale dizer que visibilidade é tudo. E os pobres não são os únicos invisíveis que existem por aí... A violência também tem seu lado simbólico, tanto para os de lá quanto para os de cá, tanto para nós quanto para eles.

Temos que tomar cuidado com certas coisas, Gugu. O fato do crime ter sido cometido por um negro e pobre não significa que ele não tenha que pagar por isso, embora reconheça que somos desiguais até na hora de se cobrar as dívidas com a sociedade... Mas não seria justo transformá-lo, de uma hora pra outra, de algoz a vítima.

Mas, só pra não me esquecer: além de tudo, a música do Detonautas é uma merda, heim? Hahahaha...